segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um olho fechado, laranja, caramelo, onde vou dormir agora? Quando acordar não saberei mais quando estou. Entre esses olhos, pousei minha vontade. E agora?
Seu silêncio me perturba, e saiba, sou perturbado. Sou o da máscara, que te encara do fundo da sala. Que pensa indecências e te despe com os olhos.
Só você não sabia, que, quando beijei, encontrei minha morada. Que nas minhas fantasias, te bati com blasfêmias de gozo. Que entrei nas suas pernas com minha alma. Que me cativaste com seus olhos baixos e sua lucidez insana. Que nos seus braços encontrei um reino, e nesse reino.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Amado

Todos querem ser amados.
Todos querem ser amados.
Todos querem perder-se.
Todos querem ser amados.
Mas a aposta é muito alta.
Ainda assim, todos querem apostar.
Paga-se sempre. Ganha-se de faz-de-conta.
Eu quero ser amado.
Livra-se o caminho,
encontra-se no meio.
O que é dentro agora é fora.
E não é lá fora que está.
Eu quero ser amado.
Corre-se com memórias,
adota-se outras, desfaz-se de outras tantas.
Todos querem ser amados.
No passado,
há muito tempo,
eu quero ser amado.
E quando, finalmente, eu o seja,
Eu quero desprezar.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Alone

From childhood's hour I have not been
As others were -- I have not seen
As others saw -- I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow, I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I lov'd, I lov'd alone.
Then--in my childhood--in the dawn
Of a most stormy life--was drawn
From ev'ry depth of good and ill
The mistery wich blind me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that 'round me roll'd
In its autumn tint of gold--
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by--
From the tunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.

Edgar Allan Poe

terça-feira, 3 de junho de 2008

Revés

O que é essa matérea que por vezes sentimos como consciência?
Como podemos saber onde estão guardados nossos segredos
se a certeza da permanência se dilui como um déjà vu,
se a permanência da certeza de pertencemos é um anel
- promessa vã - de amantes eternos, laços de feuArdem as pontas dos dedos mas não se pode tocar

Apaga, apaga, apaga,
Já não se pode tocar

A vontade é a ilusão do afeto
Duas solidões que se procuram
Uma crê no sim concreto
Outra deixa que se misturem

Com virtudes, com idéias, com sonhos
Com corpos, com braços, com poucos
Com
O lampejo nos conta uma fábula

Que havia um reino, que há muitas léguas brilhava,
Que havia uma princesa, que há muitos suspiros crescia,
Que havia um cavaleiro, que há muitos dragões empinava
e que havia uma fada, que há muitos pedidos concedia.

E havia o perigo, e havia o suspense, e havia a luta e então a redenção
E havia o romance, e havia o futuro, e havia

E o lampejo apagou-se

.

e no dia seguinte, outra fábula seria contada, mas não havia romance

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Con un cuchillo frío en mi corazón
Aprieta mis ojos con una de las manos
Dice en mis oídos como de lejos rincones
"Soledad es mi nombre
(con una voz dulce y trágica)
Te haré compañía en secreto
Mientras todo el mundo nos olvida
Podrás escuchar mis palabras
Grabadas en nuestra historia
Por la voluntad de la fortuna
Que el pasado escondió en las mejillas
Podrás sacar de mi mirada
Los minutos de felicidad.
Dime que sueñas conmigo
Y que cerca de tus deseos
Construí mi casa"
Quitó la lámina de mi pecho
Y su imagen se hundió al fondo de mis ojos
Hoy

domingo, 17 de junho de 2007

Fenômeno curioso

"Assim que um homem quer uma mulher, ele está genuinamente convencido de que ele nunca mais poderá viver sem ela pelo resto de sua vida natural." - (A Modelo) Guy de Maupassant